Covid-19 na Baixada: pesquisa prevê maior risco de expansão
Segundo estudo da Fiocruz e da FGV, 10 cidades da região possuem alta probabilidade de disseminação da doença
Douglas Mota (com informações da Agência Fiocruz de Notícias)
A maior parte dos municípios com risco elevado, no curto prazo, de epidemia de Covid-19 no estado do Rio está sitada na Baixada Fluminense. É o que revela um estudo elaborado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgado no último sábado (04).
O levantamento também informou que o risco decorre do processo de interiorização da epidemia, que já encontra transmissão sustentada na cidade do Rio de Janeiro. A previsão também considera, além da proximidade relativa dos epicentros da doença, a proporção de população idosa e em vulnerabilidade social.
Das 20 cidades com maior probabilidade de epidemia no estado, 10 estão localizadas na Baixada Fluminense, sendo que nove delas alcançaram o maior indicador, numa escala de 0 a 1, em que 1 representa o maior risco. São João de Meriti, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Itaguaí, Nilópolis, Seropédica, Belford Roxo, Queimados e Mesquita possuem mais chances de sofrer uma epidemia do novo coronavírus. Apenas três municípios da região não aparecem na lista: Guapimirim, Japeri e Paracambi.

Até quarta-feira (08), os municípios que formam a Baixada Fluminense registraram 168 casos de contágio por Covid-19 e 15 mortes, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro. Apenas Paracambi ainda não apresentou casos confirmados da doença.
A previsão faz parte do terceiro relatório Estimativa de risco de espalhamento da Covid-19 nos estados brasileiros e avaliação da vulnerabilidade socioeconômica nos municípios, do Núcleo de Métodos Analíticos para Vigilância em Epidemiologia (Mave), grupo formado por pesquisadores do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e da Escola de Matemática Aplicada (EMAp/FGV).
Segundo o coordenador do Procc/Fiocruz, Daniel Villela, as previsões dos primeiros relatórios previram diversos aspectos do processo de disseminação da doença para as maiores capitais do país, e agora, a situação entrará numa nova etapa. “Sabemos que Rio de Janeiro e São Paulo, assim como outros centros urbanos, são cidades que possuem internamente grandes desigualdades e regiões que concentram problemas, como grande densidade populacional e outros fatores que aumentam a vulnerabilidade”, afirmou Villela à Agência Fiocruz de Notícias.
Duque de Caxias e Nova Iguaçu também se destacam entre as cidades com maior população idosa. Os maiores municípios da Baixada estão na segunda faixa de classificação, junto com Niterói e São Gonçalo, atrás apenas da capital fluminense.

*Esta reportagem foi atualizada em 09 de abril, às 09:10, com novos números de casos de Covid-19 nos municípios.
Índice – Especial Covid-19 #1
2. Reportagem: Pesquisa prevê maior risco de expansão da Covid-19 na Baixada
3. Cia de teatro iguaçuana produz ‘radioteatro’ para o isolamento social
4. Galeria: Olhar da Baixada – fotografia
6. Conto: “Fôlego”, de Jonatan Magella
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